15 de setembro de 2010

Cruzamentos

Dia desses, ela recebeu uma ligação...


300 clientes para atender, mas correu no banheiro, e ao som do xixi, falou com o cavaleiro.


Sim, a pessoa que vem atormentando ( e encantando) seus dias, suas noites, a convida para beber uma Heineken ( que coisa, não?)



E no cruzamento das Avenidas Faria Lima x Cidade Jardim, na zs de Sampa, os olhares se cruzam, se comem, se consomem...


Embalados ao som do telemóvel e em companhia da nicotina, eles sentiram vontade de não falar mais nada.

Descobriram que palavras, as vezes, são desnecessárias.

-Preciso ligar pra minha mãe!
( mesmo aos 27, ela avisa onde está)
( Tá bom, não é sempre, mas quando lembra, ela avisa).
A vodka com suco dell valle esquentou a orelha.

A fumaça dançou no teto.

A banheira já está cheia, a água está quente.

-Tibummmm

E essa mistura de pele, de pêlos, de cores...

Luva e mão, mão e luva...


São tantas artes nos corpos que vezes ela pensa qual a cor natural...


Acordar com alguém do lado é sempre muito bom.

Cabelo despenteado, cara amassada, sumiço de voz...

- Onde está minha meia?


Hora de abrir a porta 35 e voltar a vida real...

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