6 de dezembro de 2009

Liberté, Fraternité, Felicité



Saudades!

Quase um mês por telefone, voz, SMS.

E nada de toques, de olhares, de carícias.



Nesse intervalo ela descobriu que gosta do Rockabilly

E ele também gosta da Woodstock.


Que existe respeito, admiração.

De ambas as partes.

Mas dele, um sentimento maior, pode ser algo que ela não receba.


23 horas.

Estação de Metrô.

Que medo do rapaz não vir e não ter como chegar em casa, de novo.


Vestidinho preto,

Meia colorida ( vermelha, a cor do pecado, das unhas, do coração, de sangue, do batom).


Orientais jogando beisebol.

Na rua, na chuva...

(não na fazenda, nem na casinha de sapê)

E sim, no bairro da Liberdade.


Ela precisou sair da sua casa duas horas antes.


E embarcar em apenas quatro coletivos, mas ela está acostumada a dividir sua vida nos transportes, ela até se diverte com as caras de espanto dos “ normais” para ela.


Depois de caminhar um pouco, e fumar cigarros de cereja, chegaram num local lindo.


Cheio de espelhos, em todas as partes.

( Não era um motel, hehehe).

Bar e Restaurante, Tequila (acho que era esse o nome).

Vamos cantar para animar.


A paixão da garota por Cramberries, de cara, Zombie, mas não rolou.

Tentou Linger, ficou horrível.

Ainda bem que o garoto estava lá.

O publicitário.


Claro que cantaria Raul Seixas.

(ele, porque ela não alcança o tom).


Garotas lindas para lá e para cá.

Um pole dance.

Uh, uh!!!!

Movimentado o lugar.

Ela pensou que levaria umas duas horas para cantar, mas que nada.



Graças a garrafa de Jose Cuervo de R$ 220,00, as músicas fluíram.

Várias.



E cantaram juntos, de mãos dadas, Cássia Eller, Luz dos Olhos.

Faço as pazes lembrando
Passo as tardes tentando lhe telefonar
Cartazes te procurando
Aeronaves seguem pousando sem você desembarcar

Pra eu te dar a mão nessa hora
Levar as malas pro fusca lá fora

E eu vou guiando
Eu te espero, vem
Siga onde vão meus pés porque eu te sigo também


Ai, ai, ai...

E comemoraram juntos,

E beberam juntos,

E desabafaram juntos,

E choraram juntos.


Já é tarde, melhor ir.

Ou muito cedo, dependendo do ponto de vista.


E do viaduto que ela não lembra o nome, ele quis se entorpecer.

E ela também, mas ficou com medo.


Ela, morrendo de medo,

Ele, morrendo de dor.


Chuva!

Ainda bem que ele tinha um boné.


O tênis furado da menina fez com que ela sentisse toda a energia da água, literalmente, aos seus pés, nos braços, no colo ( ela estava com decote).


Decote por sinal que chamou a atenção, dos, hã (...) clientes do tal videokê: a casa onde abriga japoneses x garotenhas bonetenhas ( algumas, vai, pelo menos, de rosto) a fim de grana.


Precisa dizer mais alguma coisa?


A menina conheceu várias no toalete.

Poxa, no fundo são boas pessoas.

Não to aqui pra entender, nem explicar e muito menos criticar ou falar bem da profissão. O que se pode dizer é que são animadíssimas.

E dançaram muito, muito.

Aliás, eram ali, o único casal de verdade (???)


E somente o casal que dançava, sem saber dançar, se esbarrando nos sofás, nas pessoas, se enroscando neles próprios...


TRêbados, cúmplices, apaixonados pela oportunidade de dividirem um planeta,


De dividirem toda a mira de um povo.


Mas, voltando ao decote molhado, no Centro de Sampa, com os pêlos dos braços arrepiados, resolveram descansar.

Agora é...

As luzes se apagam e os corpos, capotados.

Dois corpos tatuados e moídos.

Como é bom dormir, vez em quando.


Eu só sei que eu quero você
Pertinho de mim
Eu, quero você dentro de mim
Eu, quero você em cima de mim
Eu quero você..



Ela adora quando suores se misturam.

Quando o suor pinga no seu rosto.

Quando o coração bate acelerado.

Até o corpo ir se acalmando, acalmando.

E a paz interior se instala.

Em companhia do vicio desgraçado da nicotina.


Tem coisa melhor?

E ela acha que tem, sim.

Ficar olhando para o teto, conversando, rindo a toa.

Prazer interno, entende?


Ela deu uma pulseira colorida pro rapaz.

Para simbolizar toda aquela loucura que viveram.

Existe algo ali.

Eles sabem.


Não equilibrado.

Sempre haverá alguém que cede mais e recebe menos.

Mas espera-se que ela não tenha medo de arriscar.

Pois ele já deixou bem claro que não dará a cara pra bater.

Ela sabe que ele não tatuará um quarto amor em sua pele,

Não com suas letras.


Afinal, ela não acredita ( tenta fielmente não acreditar) nos Contos de Fada que lê para sua filha antes de dormir.


O que ela acredita é que alguma maneira faz esse garoto de quase 30, feliz.

E pode ter sido esse o propósito desses olhos se encontrarem.


Confessa-se que o pavor está em seu coração.

Que o seu coração está em chamas.

Como na arte explícita no braço direito.


Ela quer colo.

Ela é completamente dependente de pessoas.


DE pessoas que entendam seu grito,

Seja de prazer, seja de dor.



Alguém que a vê.

Não alguém que a olha.

Que Alá a proteja!!!

2 comentários:

  1. oi go... lindo blog, como sempre escreve divinamente...saudades de vc menina linda... mil beijos si*

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Obrigada!!
Você acabou de fazer uma blogueira feliz!!